A todxs companheirxs, a todxs as flores e espinhos…
Copa do Mundo em 2014, Olimpíadas em 2016, o Rio de Janeiro se prepara para novos negócios, novos empreendimentos. A cidade dos contrastes precisa de mais máscaras que escondam a miséria,a desigualdade, a injustiça. Primeiro passo: tirar o povo pobre do centro. As formas não tem escrúpulos nem medidas. Podem ser o desalojo de ocupações, incêndios misteriosos (como o ocorrido no camelódromo na Central do Brasil e em tantas ocupações e comunidades), choque de ordem*,o controle social é reforçado, varias favelas da zona sul e centro foram escolhidas para serem dominadas pelas UPP’s** (Unidades de Polícia “Pacificadora”) e na zona portuária nos deparamos com um projeto (porto maravilha) de “revitalização” onde os interesses econômicos falam muito alto: construção do maior aquário da américa latina, prédios de 50 andares, bancos, museu, estacionamento para Iates, e uma variedade de excêntricos investimentos. A realidade atual do lugar é outra muito diferente, mas estamos sentindo na pele estes processos. Em meio a região que figuram estes megalomaníacos projetos se encontra nossa okupação (“Havia uma Flor no meio do caminho. No meio do caminho havia uma Flor ”). Um espaço de 2500 metros quadrados, que está dividido em duas partes, uma na qual moram mais de 20 famílias e a outra onde se encontra um espaço anarkista auto-gerido chamado Flor do Asfalto, que existe há quase 4 anos. Além de funcionar como moradia de individuxs de afinidade ,se desenvolve como espaço cultural. Muitos eventos, oficinas, trocas de idéias, aconteceram e continuam acontecendo. Existe uma biblioteca, oficina de serigrafia , um herbário, atelier , oficina de bicicletas, uma pequena agroflorestas com uma média de 70 espécies (algumas em extinção), cooperativa de alimentos, cozinha comunitária e mais.
No dia 21/06 /2010, segunda-feira, recebemos a visita de um oficial de (in)justiça, que chegou com um mandado de reintegração de posse (com um mês de prazo) destinado a uma empresa de arquitetura que há muitos anos atrás funcionava no local, se deparou com famílias, crianças e indivíduxs que aqui vivem e percebeu assim que não havia empresa alguma para desalojar. A questão é que agora esta informação precisa chegar as mãos do juiz ,da 27 vara cível federal, e dele dependerá a decisão de emitir a ordem de desalojo. Podem ser semanas , meses, como pode acontecer a qualquer momento…é muito incerto.
Sabemos também que a situação pela qual estamos passando não é isolada, ela está contextualizada numa realidade onde os interesses dxs ricxs são os de maior peso, e outras ocupações da região e centro já passaram ou estarão enfrentando o mesmo problema .
Acreditamos que a força e a solidariedade entre xs não privilegiadxs , o apoio mútuo, são as nossas armas fundamentais!!!
Toda okupação é uma barricada!!!!
MORTE AO ESTADO, VIVA A ANARKIA!!!!
FLOR DO ASFALTO RESISTE!!!!!!