Uma greve geral de 24 horas convocada na Grécia
contra as medidas de austeridade do governo paralisou nesta terça-feira (29)
diversos serviços públicos, especialmente os transportes. Ocorreram manifestações em mais de 50 cidades gregas. No
entanto, com menos intensidade que a greve geral anterior, em 5 de maio último.
No maior porto grego, o de Piraeus, na região de Atenas, trabalhadores
portuários não deixaram que turistas embarcassem nas balsas para as ilhas
gregas. A tropa de choque entrou em confronto com os grevistas, disparando gás
lacrimogêneo, enquanto os trabalhadores tentavam impedir a saída das balsas. A
greve interrompeu não apenas os transportes, incluindo vôos nacionais e internacionais,
mas também serviços públicos, escolas, bancos, médicos e de comunicação. Os
hospitais funcionaram com capacidade reduzida, e os noticiários na televisão
foram cancelados.
Em Atenas, milhares de pessoas participaram de
protestos de rua e algumas entraram em duros confronto com a polícia, que
também usou gás para dispersar os protestantes. Pelo menos 13 manifestantes
foram detidos, seis dos quais se transformaram em prisões, ou seja, essas
pessoas enfrentam acusações.
Ainda na capital grega, após a manifestação, as
forças de segurança invadiram o metrô perseguindo e espancando as pessoas.
Antes do protesto de rua, aproximadamente 25
anarquistas invadiram um supermercado, no bairro de Pagrati, e expropriaram
bens de primeira necessidade, em seguida re-distribuíram tudo a céu aberto,
juntamente com um texto explicando a ação.
O Parlamento grego começou nesta terça-feira a
debater as medidas de austeridade propostas pelo governo, que incluem corte nas
aposentadorias, aumento na idade mínima para a aposentadoria e medidas para
facilitar demissões. A expectativa é de que os parlamentares continuem
debatendo as medidas por pelo menos uma semana. Os “grandes”
sindicatos anunciaram novas manifestações na próxima semana.